Como somos um grupo social e ecumênico, temos o dever de dar vez e voz tanto a sociedade civil quanto ao Governo, para exporem suas perpectivas e o que estão tentando agir em favor de nossos jovens. Entrevistamos Raimundo Rodrigues da Silva integrante da Comissão Organizadora Estadual que está conduzindo o processo das etapas municipais e estadual para a Conferência Nacional de Juventude.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Tudo sobre a II Conferência de Juventude Regional- Santarém 2011
Como somos um grupo social e ecumênico, temos o dever de dar vez e voz tanto a sociedade civil quanto ao Governo, para exporem suas perpectivas e o que estão tentando agir em favor de nossos jovens. Entrevistamos Raimundo Rodrigues da Silva integrante da Comissão Organizadora Estadual que está conduzindo o processo das etapas municipais e estadual para a Conferência Nacional de Juventude.
Sabe quem é Odilon de Oliveira?!
Odilon de Oliveira, de 56 anos, estende o colchonete no piso frio da sala, puxa o edredom e prepara-se para dormir ali mesmo, no chão, sob a vigilância de sete agentes federais fortemente armados. Oliveira é juiz federal em Ponta Porã , cidade de Mato Grosso do Sul na fronteira com o Paraguai e, jurado de morte pelo crime organizado, está morando no fórum da cidade. Só sai quando extremamente necessário, sob forte escolta. Em um ano, o juiz condenou 114 traficantes a penas, somadas, de 919 anos e 6 meses de cadeia, e ainda confiscou seus bens. Como os que pôs atrás das grades, ele perdeu a liberdade. 'A única diferença é que tenho a chave da minha prisão.'
Traficantes brasileiros que agem no Paraguai se dispõem a pagar US$ 300 mil para vê-lo morto. Desde junho do ano passado, quando o juiz assumiu a vara de Ponta Porã, porta de entrada da cocaína e da maconha distribuídas em grande parte do País, as organizações criminosas tiveram muitas baixas.Nos últimos 12 meses, sua vara foi a que mais condenou traficantes no País.
Oliveira confiscou ainda 12 fazendas, num total de 12.832 hectares , 3 mansões - uma, em Ponta Porã , avaliada em R$ 5,8 milhões - 3 apartamentos, 3 casas, dezenas de veículos e 3 aviões, tudo comprado com dinheiro das drogas. Por meio de telefonemas, cartas anônimas e avisos mandados por presos, Oliveira soube que estavam dispostos a comprar sua morte.
'Os agentes descobriram planos para me matar, inicialmente com oferta de US$100 mil.' No dia 26 de junho, o jornal paraguaio Lá Nación informou que a cotação do juiz no mercado do crime encomendado havia subido para US$ 300 mil. 'Estou valorizado', brincou. Ele recebeu um carro com blindagem para tiros de fuzil AR-15 e passou a andar escoltado.
Para preservar a família, mudou-se para o quartel do Exército e em seguida para um hotel. Há duas semanas, decidiu transformar o prédio do Fórum Federal em casa. 'No hotel, a escolta chamava muito a atenção e dava despesa para a PF.' É o único caso de juiz que vive confinado no Brasil. A sala de despachos de Oliveira virou quarto de dormir. No armário de madeira, antes abarrotado de processos, estão colchonete, roupas de cama e objetos de uso pessoal. O banheiro privativo ganhou chuveiro. A família - mulher, filho e duas filhas, que ia mudar para Ponta Porã, teve de continuar em Campo Grande. O juiz só vai para casa a cada 15 dias, com seguranças. Oliveira teve de abrir mão dos restaurantes e almoça um marmitex, comprado em locais estratégicos, porque o juiz já foi ameaçado de envenenamento. O jantar é feito ali mesmo. Entre um processo e outro, toma um suco ou come uma fruta. 'Sozinho, não me arrisco a sair nem na calçada..'
Uma sala de audiências virou dormitório, com três beliches e televisão. Quando o juiz precisa cortar o cabelo, veste colete à prova de bala e sai com a escolta. 'Estou aqui há um ano e nem conheço a cidade.' Na última ida a um shopping, foi abordado por um traficante. Os agentes tiveram de intervir. Hora extra. Azar do tráfico que o juiz tenha de ficar recluso. Acostumado a deitar cedo e levantar de madrugada, ele preenche o tempo com trabalho. De seu 'bunker', auxiliado por funcionários que trabalham até alta noite, vai disparando sentenças. Como a que condenou o mega traficante Erineu Domingos Soligo, o Pingo, a 26 anos e 4 meses de reclusão, mais multa de R$ 285 mil e o confisco de R$ 2,4 milhões resultantes de lavagem de dinheiro, além da perda de duas fazendas, dois terrenos e todo o gado. Carlos Pavão Espíndola foi condenado a 10 anos de prisão e multa de R$ 28,6 mil. Os irmãos , condenados respectivamente a 21 anos de reclusão e multa de R$78,5 mil e 16 anos de reclusão, mais multa de R$56 mil, perderam três fazendas. O mega traficante Carlos Alberto da Silva Duro pegou 11 anos, multa de R$82,3 mil e perdeu R$ 733 mil, três terrenos e uma caminhonete. Aldo José Marques Brandão pegou 27 anos, mais multa de R$ 272 mil, e teve confiscados R$ 875 mil e uma fazenda.
Doze réus foram extraditados do Paraguai a pedido do juiz, inclusive o 'rei da soja' no país vizinho, Odacir Antonio Dametto, e Sandro Mendonça do Nascimento, braço direito do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. 'As autoridades paraguaias passaram a colaborar porque estão vendo os criminosos serem condenados.' O juiz não se intimida com as ameaças e não se rende a apelos da família, que quer vê-lo longe desse barril de pólvora. Ele é titular de uma vara em Campo Grande e poderia ser transferido, mas acha 'dever de ofício' enfrentar o narcotráfico. 'Quem traz mais danos à sociedade é mega traficante. Não posso ignorar isso e prender só mulas (pequenos traficantes) em troca de dormir tranqüilo e andar sem segurança.'
ESTE É O CARA E MERECE NOSSOS APLAUSOS!
POR ACASO A MÍDIA NOTICIOU ESSA BRAVURA QUE O BRASIL PRECISA SABER? NÃO, AGORA SE ELE FOSSE UM BBB OU O JOGADOR DE FUTEBOL... APARECIA EM TUDO!
ESTE SIM, É UM VERDADEIRO BRASILEIRO!!!!
POR FAVOR, FAÇA A SUA PARTE!
DIVULGUE O MÁXIMO QUE PUDER!! DIVULGUEM PARA O EXTERIOR PARA QUE VEJAM COMO É FEITA A "JUSTIÇA" NO BRASIL.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Conquistar direitos, desenvolver o Brasil!!!
Olá!!! O Boca no Trombone Santarém está mobilizando o maior n possível de jovens para a Conferência Regional da Juventude, conto com a presença de todos os amigos. Será o primeiro ano do Boca participando de uma conferencia, concerteza temos muito a interagir com vcs. Sendo que a 2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude vai acontecer de 09 a 12 de dezembro de 2011, em Brasilia/DF.
Aqui em Santarém iremos discutir propostas a partir dos eixos temáticos: Esporte e Lazer; Emprego e Renda; Educação e Cidadania; Arte e Cultura. O local será o Auditório da FIT, dia 14 de setembro, iniciando com o credenciamento das 13h às 15h, e a partir das 15h o momento explicativo dos eixos tematicos e o objetivo da 2ª Conferência. Encerrando às 21h com as considerações finais. Contamos com vocês jovens do Baixo Amazonas para defender a idéia da criação de um Conselho Municipal de JUVENTUDE!
Comunicadores e imprensa querendo saber mais detalhes ou entrevistas sobre este grande evento de importância significativa para o protagonismo juvenil o contato é BRUNO ( representante da comissão organizadora estadual) pelo 8112-3149 e Janaína(articuladora do grupo Boca no Trombone) 9192-0441.
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Carajás e Tapajós: a nossa cabanagem
Uma das sabedorias dos meus tempos enuncia: quando você quiser se posicionar corretamente sobre as coisas, primeiro saiba o que defende a grande imprensa brasileira. Depois, vá para a outra margem do rio.
Sempre achei que esse negócio de Estado de Carajás servia única e exclusivamente aos interesses imediatos de alguns “arautos” das terras de cá. Os de lá (Belém) nem se davam ao trabalho de engrossar a veia do pescoço contra a ideia. Tanto eles quanto eu, achávamos que isso era coisa para as calendas gregas.
Hoje vejo que este país vai continuar a me surpreender até os fins dos meus dias – que só virá sob muito protesto! Aliás, pelo que andei assuntando, serviram-se de uma certa malandragem regimental para fazer com que o projeto fosse votado, o que só corrobora a ideia-chave segunda a qual este país se constitui como o paraíso dos malandros.
Iniciei a prosa falando mal da grande imprensa, coisa que sempre dá ibope, mas a frase ficou solta e preciso fechá-la: a grande imprensa é contra a criação dos Estados de Carajás e do Tapajós. Vou para a outra margem do rio: sou a favor.
Lúcio Flávio Pinto, caso se desse ao trabalho infrutífero de me responder, diria: “mas este argumento é raquítico, famélico, depauperado de ideias”. Ora, já que existe um Lucio Flávio imaginário no meu texto, vou aproveitar para responder, tentando usar minha parca imaginação: caro Lúcio, o Pará teve 400 anos para provar que era viável. Você não acha tempo suficiente?
Todos os dados econômicos usados para demonstrar a inviabilidade dos novos Estados são, invariavelmente, combatidos com argumentos sólidos, mostrando exatamente o contrário. Também já li coisas estapafúrdias em ambas defesas. Mas um fato é incontestável: esses dados são transitórios e absolutamente relativos.
Nesta luta de argumentos há um que – já usado acima – me parece o centro da questão: o Pará tem 400 anos; viveu grandes momentos na história econômica brasileira, protagonizando fatos memoráveis. Entretanto, a realidade que parece inamovível é a absurda diferença regional que se perpetrou por todo esse tempo.
O movimento da cabanagem de outrora e a luta pelos novos Estados de hoje se assemelham no que é central em ambas. São lutas contra a pobreza crônica, contra a discriminação, o descaso histórico e o abandono sistêmico.
A cabanagem foi o clamor mais forte contra esse estado de coisas. Sua força e memória ecoam no grito por liberdade contido na bandeira dos Estados de Tapajós e Carajás.
Aliás, é a memória da Cabanagem que faz as elites belenenses não suportarem a ideia de que alguém queira se libertar de seus tentáculos. Eles não se envergonham de expor as vísceras em público, como o exemplo recente do duelo entre Maiorana e Jáder (olha a grande imprensa aí!), mas não suportam a ideia dos novos Estados. Essas mesmas elites colocam a culpa, até hoje, tanto na cabanagem quanto na adesão à independência, como os principais fatores de desestabilização e ocaso econômico do Pará. Essa idéia-fantasma continua a morar em Belém, sobretudo nas coberturas dos Atalantas da vida.
Ora, o que tem os cabanos, os tapajônicos e carajaenses a ver com a perda da Zona Franca para Manaus, por exemplo? Que culpa temos nós sobre a enorme descaracterização territorial imposta pela ditadura militar e seus grandes projetos?
Por todos esses anos houve governo no Pará que assistiu a tudo como cúmplice direto ou como omisso contumaz. E no fundo, esta realidade insiste e continua a fazer suas vítimas. É só observar como o governo do Pará lida com a Vale, por exemplo.
Os pactos de elites que forjaram este país foram substancialmente perversos em dois casos: Maranhão e Pará, não por acaso os dois últimos estados a integrarem a idéia de independência brasileira.
A região de Santarém, que deve seu pouco desenvolvimento a uns pares de clérigos em missões europeias de catequização, testemunhou, ao longo desses séculos, as embarcações conhecidas por gaiolas singrando o Tapajós. Dessas incontáveis viagens, não há uma sequer que não tenha a mancha do entreguismo, da dilapidação, da subserviência aos interesses estrangeiros. O caso emblemático e relativamente recente da Fordlândia é suficiente para atestar o que escrevo. Foram 400 anos de uma mesma cantilena. E quem perdeu com isso foram o povo do Pará e todo o País.
Ando por terras paraenses há 18 anos. Não há nome de rua em Belém homenageando minha família, o que não me impede de nutrir grande apreço por nossa capital. Adoro suas alamedas, suas praças, sua noite. Adoro o jeito do povo de Belém, mas, por onde já andei nesses milhões de quilômetros quadrados de Pará, só consegui observar esse “jeito paraense de ser” nos arredores de Belém. Então, eu me pergunto: o que é ser paraense? Vou a Conceição do Araguaia, é outra coisa. Vou a Tucuruí, é outra coisa. Vou a Marabá, é outra coisa. A conclusão a que chego é que há diversos Parás nestas terras. E se há muitos Parás é lógico concluir que não há como se ter apenas um.
A criação do Tapajós e de Carajás é a multiplicação de uma nação, que apenas quer ter o direito de sair de casa, depois de ter chegado à maioridade.
E se todos esses argumentos, que também a mim parecem fracos, não forem suficientes, termino com um infalível: a Globo é contra. Para o nosso bem estar mental, sejamos a favor!
--
Projeto 'Crack, nem pensar'
Como forma de integrar a campanha institucional “Crack, nem pensar”, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Vara de Execuções de Penas e Medidas Alternativas (Vepma) início em Rio Branco diversas ações educativas contra o uso de entorpecentes.
Entre as atividades de combate as drogas, foram promovidas algumas visitas nos presídios da capital, conduzidas pela juíza Maha Manasfi, titular da unidade judiciária e a equipe técnica da Vepma.
Na primeira visita na Unidade de Regime Fechado, realizado no dia 1º de agosto, que contou com a presença da juíza Maha Manasfi, a equipe ministrou palestras de conscientização contra o uso de drogas para 17 reeducandos.
Segundo Manasfi, o grande objetivo do projeto é conscientizar a população carcerária sobre as conseqüências nocivas da droga e seus efeitos devastadores, não apenas para o usuário, mas para toda a família que sofre tanto quanto o dependente químico.
No dia 2 de agosto, foi à vez da Unidade de Regime Semi-aberto nº 02 e a Unidade de Regime Fechado nº 03. Dessa vez, 14 reeducandos do regime especial, como policiais, agentes penitenciários e presos com nível superior, assistiram à palestra.
Já na terceira visita, na Unidade de Regime Semi-aberto nº 02, foram 21 os apenados que viram a apresentação do tema “Crack, nem pensar”. Também foram incluídos no projeto os reeducandos que se encontram nos regimes fechado e semi-aberto, que estão iniciando a Prestação de Serviço Comunitário (PSC).
Outras visitas já estão programadas para o mês de setembro, no Complexo Penitenciário Francisco D’Oliveira Conde, na Unidade de Regime Semi-aberto e na Escola de Ensino Fundamental Cláudio Augusto de Sales, localizada na Estrada da Transacreana, no km 44.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
Está ai uma idéia para ser criada aqui em Santarém, UM PROJETO PENSANDO BEM É VIVER SEM CRACK!
Luta contra as DROGAS!!!!!

Turma da Mônica vai entrar na luta contra as drogas
Os amigos Tina, Rolo e Pipa, da Turma da Tina, conhecidos de crianças e jovens brasileiros pelos quadrinhos da Mauricio de Sousa Produções, precisam apresentar um trabalho na escola. No dia da tarefa, Diego, o responsável pela apresentação, falta. A professora comenta que o garoto andava estranho. Tina e Rolo, preocupados, saem de moto para encontrá-lo depois da aula. Encontram Diego doidão, sentado sozinho em um banco de praça. Ele havia trocado a blusa com a qual todos o reconheciam por pedras de crack. É o começo da primeira história da Turma da Tina a abordar diretamente o problema das drogas entre jovens.
Nos próximos seis meses, parte dos 20 roteiristas da Mauricio de Sousa Produções vai manter contato com quatro técnicos do governo federal para criar histórias usando o carisma da Turma da Mônica e discutir o tema das drogas. O projeto é da antiga Secretaria Nacional Antidrogas, que na gestão Dilma Rousseff foi rebatizada como Secretaria Nacional de Política sobre Drogas.
Serão feitas quatro revistas - duas da Turma da Tina e duas da Turma da Mônica Jovem. O Estado teve acesso aos esboços dos roteiros. O material será entregue ao governo em dezembro para ser lançado no ano que vem, com tiragem de 3,8 milhões de exemplares. As da Turma da Tina, voltadas a adolescentes, vão tratar principalmente de drogas ilícitas, como maconha, cocaína e crack. E também abordarão as legais, como ansiolíticos (calmantes), anfetaminas (inibidores de apetites) e solventes.
Já a Turma da Mônica Jovem, para crianças acima de 8 anos, com Mônica, Cebolinha, Magali, Cascão e companhia já adolescentes, vai tentar dar um tratamento mais suave ao assunto, discutindo álcool e cigarros. A diretriz foi dada pelo próprio Mauricio de Sousa. “A ideia é discutir a questão como se estivéssemos na mesa de jantar com nossos filhos”, explica.
Mauricio avalia que crianças e jovens de hoje têm acesso a uma infinidade de informações vindas de fontes variadas, como internet e televisão. “O objetivo é ajudar que eles fiquem não apenas informados, mas bem informados. Para isso, é preciso ajudá-los a refletir sobre as informações que acessam, papel que cabe a pais, professores, ONGs e governo. Vamos ajudar a cumprir esse papel por meio das histórias em quadrinho.”
Ditadura. A ideia de usar a Turma da Mônica para discutir assuntos polêmicos, como drogas, é um projeto antigo, que o cartunista já havia tentado tirar do papel no fim dos anos 1970. Mas acabou repreendido pelo governo militar, que censurou a ideia. Na visão dos governantes da época, tratar do tema em revistas infantis poderia despertar a curiosidade dos jovens. “O tema não deve ser ignorado. Vamos tratar do assunto com responsabilidade”, diz Maurício. “É uma guerra desigual contra o vício. Estamos com estilingues e eles, de bazuca.”
O processo de criação e execução ocorre ao longo de todo o semestre, principalmente por causa das idas e vindas dos roteiros, que precisam ser ao mesmo tempo envolventes, com histórias interessantes, sem deixar de levar em consideração algumas mensagens que a secretaria acha importante passar. “Colocamos na história o pessoal em um barzinho. Quando vai para os técnicos do governo, eles apontam a necessidade de colocar o aviso de que é proibido vender bebida alcoólica para menores de 18 anos. Também pediram para colocarmos água e alimentos junto à bebida, detalhes para os quais a gente não está atento”, explica Rodrigo de Medeiros Paiva, gerente editorial da Maurício de Sousa Produções.
Apoio. Na história a que o Estado teve acesso, depois que Tina e Rolo descobrem os problemas de Diego com o crack, eles procuram os pais do garoto. “A questão do uso de drogas afeta a todos e deve ser tratada em conjunto”, concluem. É quando passam a ser listadas algumas das receitas dos técnicos do governo para enfrentar o problema: “apoio dos amigos para que ele não abandone os estudos”, “manter o dependente sempre ocupado física e mentalmente” e “se preciso, procurar a rede pública de saúde, grupos de jovens, grupos religiosos e apoio da comunidade”.
Na parte final, Diego agradece o apoio dos amigos e diz que decidiu tratar-se em uma clínica de reabilitação. Ele explica que a decisão foi dele e voltará para a escola quando “ficar legal”. Tina apresenta o trabalho para a professora, a partir da experiência que ela e o grupo viveram no apoio que deram a Diego. No fim, colegas de classe vão à clínica contar ao garoto que tiraram a nota máxima e passam a tarde com ele.
A orientação do governo era para que a história reforçasse o apoio da família. Mas o fim já teve de ser revisto. “Optamos por mudar, porque ninguém é feliz ao ser internado. A internação é apenas uma etapa na vida do dependente. Vamos fazer o final com ele voltando bem para a escola e para o cotidiano com família e amigos”, diz Paiva.
Largo do Arouche. Há três meses, quando Mauricio deixava um evento na Academia Paulista de Letras com Rodrigo Paiva, em um começo de noite, ele foi abordado por um adolescente no Largo do Arouche, no centro. Paiva conta que eles ficaram assustados com a insistência do jovem em receber algo. Pensaram que seriam assaltados e perguntaram se poderiam dar a ele gibis da Turma da Mônica. O jovem saiu contente com a oferta.
Paiva narrou o episódio para defender a abrangência social das historinhas que criam. Recentemente, estiveram em uma feira literária em Morro Reuters, no Rio Grande do Sul. “Vieram muitas crianças, descendentes de alemães, algumas não falavam ainda português direito e eram fãs da Turma da Mônica.” Independentemente da classe para a qual se dirige, a ideia é reforçar a importância do apoio de amigos e da família e evitar o isolamento do dependente.
Apesar de interessado pelo assunto, Mauricio evita cravar opiniões certeiras. Ele já passou de carro pela cracolândia, na região central de São Paulo, para ver o drama mais de perto. Achou o ambiente parecido com cenários em preto e branco de filmes noir. Sobre soluções, Mauricio diz que ainda busca estudar para saber mais sobre o assunto. Afirma, por exemplo, que não tem posição formada sobre o modelo usado no Rio de internação compulsória, que retira crianças e jovens das ruas mesmo contra a vontade deles, mas vê a solução com ceticismo. “Quando o dependente quer mudar e sua dignidade é respeitada, o tratamento é mais eficiente. Tenho medo de que levar alguém pelo braço, contra a vontade, possa servir apenas para criar mais monstros.”
O cartunista diz ter ficado mais incomodado com a nova legislação sobre medidas cautelares, que permite pagamento de fiança por quem comete crimes com pena de 1 a 4 anos de prisão, como furto. “A pessoa que está furtando pode ser a mesma que contribui para fortalecer o tráfico. A gente tem de levar mais a sério os efeitos da impunidade.”
Autor: Bruno Paes Manso
OBID Fonte: O Estado de S. Paulo